O ladrão de canetas // Tarefa [Nível J] // Will Kross

Estava com fome, mas a aula parecia não acabar. Tokoyami escrevia algumas coisas no quadro negro sobre história dos heróis e alguma coisa sobre a importância dos patrimônios nacionais. Eu me limitava a desenhar alguns carrinhos no caderno, fazendo a pista de corrida mais torta do mundo. Estava entediado. Por mais que reconhecesse a importância da matéria, era inevitável sentir a vontade de sair dali correndo. Talvez hiperatividade minha, talvez por não ter tomado café pela manhã. O despertador havia falhado na noite anterior, então tive que me empenhar em fazer tudo as pressas.

O sinal tocou, afastando os meus pensamentos e dando a largada para a corrida do dia. Não sabia-se qual era o almoço, mas não me importava. Corri como se não houvesse amanhã, largando meus pertences ali como se não fossem nada. Voltei de barriga cheia, mas com uma expressão de confusão no rosto. Minhas canetas haviam sumido. Não que fosse incomum, haviam muitos colegas que pregavam esse tipo de peça diariamente. Olhei para o restante das bancadas buscando pelo autor e aí que tudo ficou estranho. Não havia nada. Nenhuma caneta na sala inteira. Caminhei de um lado para o outro, confuso.

Respirei fundo, sentando no chão e sentindo meu traseiro deslizar. Estava tudo limpo. Mais limpo do que jamais havia visto desde que chegara. Estranhei, mas não consegui encontrar qualquer ligação. Sabia que algo estava acontecendo. Percebi que se os locais furtados estavam sendo limpos, era somente seguir a trilha de limpeza. Levantaria e iria em direção a porta da sala, abrindo e iniciando minha busca pela U.A, seguindo o rastro de limpeza excessiva. Caso não encontrasse, começaria a pedir informações aos que estivessem próximos a sala. Em último caso me dirigindo a sala do diretor para prestar queixa.

Itens levados:

Não foi inteligente da minha parte. Os outros alunos terminavam de almoçar e o fluxo já se estabelecia na escola. Não havia como seguir rastros de limpeza. Havia também o zelador, que prezava pela higiene nos corretores. Preocupei-me com as canetas roubadas. Provavelmente eu levaria a culpa por tudo e teria que pagar pelo prejuízo. Não deixaria que um ato de desonestidade tão pífio tirasse dinheiro de meu bolso. Observei a roupa do zelador e percebi que estava suja de tinta. Não achava que fosse ele que tivesse roubado, mas talvez ele tivesse entrado para limpar tudo ali e possa ter visto o responsável. Me aproximaria do indivíduo e pediria informações. Buscaria ser o mais educado possível. Perguntaria se ele teria visto alguém entrar na sala enquanto eu estava almoçando ou se ele mesmo havia estado lá. Caso nada conseguisse extrair nada, perguntaria sobre as manchas pela roupa dele. Onde e como havia conseguido. Não o acusaria, apenas recolheria informações. 

Itens:

Will se vai até o zelador e, a medida que se aproxima, percebe que não é a roupa dele que está suja e sim sua pele, se não fosse pelo fato de vivermos num mundo onde existem heróis com as mais diferentes individualidades, com certeza ele estranharia o fato do faxineiro ser um porco. Will se aproxima e, de forma educada, pergunta:

Will: Com licença, Zelador, o senhor por acaso viu alguém carregando várias canetas?

Garoto Porco: Eu vi sim, mas não sou o Zelador, sou apenas um aluno que se voluntariou pra limpar os corredores...

- Um moleque passou por aqui carregando TANTA caneta que a tinta tava voando pra todo lado

- Eu só não dei uma porrada nele porque se não ia cair tudo e sujar mais ainda, apesar de que enquanto ele sujava tudo, ele também conseguia limpar rapidamente, como se soltasse sabão ou algo assim.

- Mas ele ainda deixou cair um pouco em mim e nem veio limpar aquele maldito...

- Pode me dizer pra que direção ele foi?

O porquinho aponta para o corredor que segue em direção às outras salas do 1°ano...

Estava surpreso. Não por conta de não ser um zelador, e sim por ter sido outra pessoa do 1º ano roubando canetas. Não gostava nem um pouco disso. A nova geração de heróis se limitaria a pequenos ladrões? Não poderia permitir. Verdade que eu não era nenhum professor, nem era tão forte assim. Mas o ladrão de canetas deveria pagar pelos seus crimes! Agradeceria ao rapaz e seguiria pelo corredor dos primeiros anos. Se realmente houve todo esse furdúncio com tinta, a pessoa teria deixado alguns rastros de sujeira. Verdade que ele limpava por onde passava, mas era quase impossível sair sem deixar qualquer rastro. Procuraria por sinais nas paredes ou outros alunos sujos, pedindo informação caso nada encontrasse.

Itens:

"Droga!" grunhi. Estava instigado. No fim das contas, havia seguido algumas pistas, mas o final era o mesmo. Tinha que decidir por qual sala começar. Começaria pela classe B, a outra turma heróica. Afinal, claramente a pessoa tinha alguma individualidade relacionada a sabão ou coisa do gênero. Duvidava que essa pessoa se encaixasse em uma turma de intelectuais. Passaria pedindo ajuda a alguns alunos, não dizendo o que havia ocorrido, mas perguntando sobre alguém com o perfil de sempre andar limpo ou limpar as coisas por onde passa. Caso nada encontrasse, iria para as próximas salas até chegar ao 1-F. Se nada encontrasse, nada mais poderia fazer senão aceitar as consequências.

Itens: