Trama do Fórum
A história do fórum se passa após Midoriya e seus amigos se tornarem grandes heróis e viverem suas aventuras. Cerca de 20 anos à frente do anime. Izuku é diretor da U.A e passou o One For All adiante enquanto o restante dos personagens desempenha funções diferentes. O portador da habilidade não é conhecido. All Might e outras lendas de seu tempo já estão mortos ou aposentados. Tudo que ocorrer no anime/mangá não irá interferir no fórum, contudo, podem surgir novas classes e sistemas com base nas atualizações da obra.
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Creditos
Skin hecho por Hardrock de Captain Knows Best. Li Europan lingues es membres del sam familie. Lor separat existentie es un myth. Por scientie, musica, sport etc, litot Europa usa li sam vocabular.
Li lingues differe solmen in li grammatica, li pronunciation e li plu commun vocabules. Omnicos directe al desirabilite de un nov lingua franca: On refusa continuar payar custosi traductores.
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A SUBCELEBRIDADE
Boku no Hero Academy :: Quests :: P.Us
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A SUBCELEBRIDADE
A clareira daquela floresta era um ótimo lugar para se brigar: o ar fresco, pássaros cantando, animais silvestres de todas as espécies para se admirar, o som tranquilizante do riacho correndo e a privacidade eram perfeita, exceto que...
— Droga. O que será que eu preciso fazer para conseguir um sinal de internet por aqui? — Perguntava-se a gárgula, voando vários pés acima da copa dos carvalhos e nitidamente incomodada. A força com que as asas batiam para manter aquela estrutura verde e corpulenta nas alturas balançava os galhos ao redor e a grama vários metros abaixo dos seus pés, afugentando roedores e aves menores.
A criatura alada ouviu uma estrondosa risada em resposta, mas apesar do alarde que fazia, apenas ele poderia escutar. A besta dentro de si repudiava a paixão que ele sentia por algoritimos e web-prestígio. Parecia-lhe uma verdadeira falta do que fazer. Que culpa tinha? Havia marcado uma briga com o bando mais valentão do bairro e uma transmissão ao vivo traria likes e inscritos ao seu canal no HeroTube. Não era uma manifestação esquizofrênica da maldade dentro dele que iria sobrepor esse mega-evento.
Depois da incessante caça por sinal, conseguiu três listras e uma quarta que oscilava vez ou outra. Desceu e entregou o celular para a presidente do seu fã clube, Ygritt, uma jovem nerd e solitária que encontrou nele um motivo pra viver e um amor que não imaginava poder existir. Ulfric estava longe de retribuir a paixão, mas ao menos com ela era possível economizar num cameraman e investir esse valor em sneakers e bottons. Prostrou-se diante da moça lhe apontando o celular, dando passos largos em recuo para que enquadrasse o seu melhor ângulo com todos os músculos bem desenhados e, apressadamente penteou o cabelo com os dedos até que ela sinalizasse com "okay", denotando que começara a live. Nisso ele abriu um enorme sorriso.
— Boa tarde gargulinos e garguletes, aqui quem fala é sua gárgula favorita! — fez um pequeno intervalo, ouvindo a criatura em seu interior segurando o riso, não pela brincadeira e sim pela vergonha alheia que sentia — como a maioria dos meus seguidores sabem, postei semana passada uns stories falando sobre uma gangue que queria me cobrar por.... ãhn... bem... eles já estão chegando. A verdade é que eu não me lembro o motivo. — Sorriu dando uma piscadinha. Revezava os olhares entre a câmera focal e Ygritt para saber se estava se saindo bem. A tiete devolvia vários joias em confirmação enquanto acompanhava os comentários que variavam de fãs alucinados para pessoas falando o quanto ele era um desocupado.
Haters invejosos. Todos eles. Era isso que Ulfric pensava daqueles que davam parte do seu tempo para derramar lágrimas raivosas sobre o seu sucesso, ou quase isso, na vida. Ossos do ofício, sabia. Quando se virou para mostrar ao público o belo campo que escolhera pro combate, viu os adversários chegando. A Gangue dos Gullivers. Os Gullivers vieram dos EUA num programa de intercâmbio fazia uns dois anos e decidiram que arrumar brigas era bem mais divertido do que tentar aprender japonês.
Como bons intercambistas eles montaram um canal conjunto no HeroTube e se pegaram mandando indiretas calorosas ao ex-herdeiro Rogersson. Não demorou até que a vítima se tornasse o agressor e usasse a arma suprema em discussões com estrangeiros: a xenofobia. Chamá-los de yankees comedores de hambúrguer veio a calhar para ganhar o conflito online, no entanto eles pareciam estar mais ofendidos do que Ulfric pretendia.
Vendo-os insurgir dentre os troncos, o semblante leve e descontraído do garoto se fechou numa carranca séria, cerrando as sobrancelhas e baixando o queixo rijo. Eles eram três. John, o líder do bando, era uma espécime de minotauro. Mais baixo que Ulfric, contudo duas vezes mais largo. Os outros dois eram Toddy e Ryan. Um cuspia fogo e o outro criava plataformas nas quais conseguia se lançar feito um super-pula-pula - de qualquer ângulo. Como sabia disso? Ulfric assistiu à contragosto dois ou três vídeos deles e deixou deslike em todos.
— E aí, bundões? Como vai ser? Um de cada vez? — Indagou. O ódio cintilante transparecendo nos olhos deles era a resposta: todos de uma vez, soube. Ryan materializou uma plataforma rosa e se lançou, mas, como havia constatado em suas pesquisas, ele não tinha lá muito controle quando fazia isso. Ulfric sorriu maliciosamente e trouxe atona a asa esquerda que rebateu o projétil humano contra uma árvore. Fácil. Previsível.
Olhou por cima do ombro para a câmera como quem diz "você viu isso?" e, ao retomar o fato de que estava numa batalha, já era tarde. John Minotauro arrancava a terra cavucando com um dos cascos até que avançou, aproveitando a brecha causada pela distração do egocêntrico rapaz. Em reação, Ulfric abriu as asas para voar, mas uma labareda incandescente zuniu acima de sua cabeça. O fogo o machucaria? Provavelmente não... porém estragaria o penteado. Decidiu não decolar. Cruzou os braços diante do tronco e enrijeceu os membros, recebendo o par de chifres de marfim de frente. O touro era bravo. E mais forte do que ele pensava: foi arrastado por vários metros enquanto mantinha a guarda e colidiu as costas contra um dos carvalhos que formavam a arena natural, ouvindo a madeira atrás de si romper. O caminho percorrido sendo arrastado deixou a marca das suas botas no chão, formando longos trilhos até a área de colisão.
Ali, com os corpos tão próximos, sob a sombra das copas verdes, tinham os olhares conectados em pura adrenalina. — O que acha disso, privada de pombo? — Provocou o antagonista chifrudo. Privada de pombo era o apelido número um dado pelos seus haters e Ulfric revirou os olhos como quem esperava mais criatividade. Pensou em responder a piadinha de John ali, cara-a-cara, mas estava longe do microfone da câmera e não valia à pena desperdiçar frases de efeito se os seus inscritos não fossem ouvir suas sacadas geniais.
Ygritt capturava cada frame com precisão e torcia animosamente pelo seu ídolo. Ryan não seria tão útil nessa batalha, já que infelizmente para ele, lançar-se contra a gárgula era como pular de cabeça num pedregulho. Toddy também não poderia cuspir chamas enquanto John estivesse tão próximo e o Rogersson sabia disso.
Pressionado, com um tronco atrás de si e um corno nervoso adiante, deu uma leve empurrada para desestabilizar o minotauro e numa fração de tempo que os corpos se soltaram, saltou, batendo as asas e angariando distância. Conforme subia, bateu a cabeça em alguns galhos e rezou para que Ygritt não tivesse registrado a gafe. O touro tentava agarrá-lo pelos pés, mas os braços curtos impediram e ele só viu a gárgula subir.
Antes que pudesse se desvincilhar das folhas e seiva sujando o seu colete Versacci, já no ar, Ulfric teve apontado contra si toda a fúria de Toddy manifestada em fogo, este que não deixou brechas assim que viu a oportunidade de baforar com seu hálito de dragão. Era mais intenso do Ulfric assistiu nos vídeos. Não podia usar as asas para se defender porque elas o mantinham no ar, longe de John. Por mais que doesse em seu ego e nunca fosse admitir, o boi marrento era mais forte que ele. Menos resistente, atraente, astuto, carismático e fotogênico. Mas mais forte. Poderia derrotá-lo numa luta prolongada se não fossem os outros dois imbecis.
Ulfric se sentia sufocado pela temperatura mesmo que não houvessem danos aparentes na pele ou que as labaredas não o acertassem o tempo todo. Apressava-se para proteger o rosto, visto que os olhos eram a parte mais vulnerável de todo ele. O carmesim incandescente das chamas fazia reluzir a couraça revestindo o corpo da gárgula. Estava numa bela duma enrascada - e o pior estava para chegar.
Alguns metros abaixo donde estava, Ryan se levantava e concentrava para criar uma plataforma especial: firmava os pés, fazendo com que os pelos da nuca eriçassem e o topete moicano balançasse ante o esforço, um colchão energético lilás foi se assumindo cada vez mais escuro até que tomasse a cor de cobalto. Sem que Ulfric pudesse enxergar - distraído por Toddy e suas rajadas de fogo - o minotauro assumia o papel de bola de canhão e se lançava contra a cama-elástica-de-energia. Ascendendo mais rápido do que se acreditaria ser possível para um cara daquele tamanho, o touro se jogou na plataforma e de repente BOING, ascendeu os céus e chocou o crânio maciço contra o atordoado HeroTuber enquanto o incinerador sorria e cessava ofegante os seus ataques antes mesmo que o golpe se conectasse.
A porrada era pesada o bastante para machucar até mesmo se o atingisse no tronco, sendo na cabeça, causou a reação natural para qualquer um que é atingido com força ali: o cérebro parecia ser jogado de um lado para o outro. A consciência se esvaía e os olhos se fechavam, ainda que o impacto o jogasse cada vez mais alto, subindo junto ao touro lado a lado como se fossem foguetes. Suas asas já não mais batiam e o barulho do impacto denotava a terrível crueldade por detrás do golpe.
— Parece que chegou a minha vez, moleque. — Disse a voz em seu âmago, não deixando que ele perdesse totalmente a consciência. Soava autoritária como quem pede autorização pra entrar enquanto segura a porta com o pé. Era nítida a ansiedade que a coisa tinha para aflorar dentro da sua mente.
— Eu não acho uma boa ideia, você nunca sabe se contr...
— E você prefere acordar amanhã e ter sua surra no topo das notícias online? — Era uma jogada baixa, suja, mesquinha e desonesta. Ulfric demorou uma fração de segundo para responder, mas em pleno ar, prestes a entrar em queda livre, era tempo demais.
A Gárgula abria os olhos. Não os conhecidos olhos azuis naturais e sem filtros de HeroGram e sim duas esferas rubras, macabras e distorcidas que pareciam flamular sob a luz do pôr-do-sol da tarde e atrair a atenção do minotauro como o fogo faz com libélulas. O ungulado denotava fascínio, surpresa e terror. Terror além de tudo.
Uma forte brandida de ambas asas fez com que parasse no ar e, agilmente agarrasse o mutante pelos chifres. Ele respondeu tentando segurar os punhos do guerreiro alado, no entanto a diferença de força entre eles parecia ter se invertido e multiplicado. John não estava reconhecendo Ulfric, não via vaidade, cólera ou mesmo hesitação. Apenas uma frieza inenarrável mesclada num prazer bizarro. Estava agora suspenso no ar com alguém que não reconhecia: um adversário que jamais escolheria enfrentar. As pernas pendiam inutilmente e os músculos do pescoço se contraíam sem que pudesse girar, tamanha pressão exercida pela gárgula cujo rosto escureceu, tornando-se implacavelmente mais duro. A besta o puxou com força, devolvendo a cabeçada e fazendo um fio de sangue escorrer da testa do americano. O desesperou se manteve expresso em suas feições congeladas até que desacordasse.
Com desinteresse por aquele que havia sido facilmente derrotado, a besta desatrelou os dedos dos chifres, deixando-o cair em queda livre num baque surdo. Para quem estava lá embaixo ou até mesmo assistindo online, o aumento repentino na força do aspirante a herói era bizarra. Onde John caiu, uma pequena nuvem de poeira se levantou e os outros dois olharam com espanto.
A força maligna e colossal dentro dele era um segredo profundo e nem seus amigos mais íntimos ou familiares conheciam. Já haviam presenciado sua raiva, porém sempre acreditaram ser apenas a fúria de um lutador e nunca algo além disso. O menino por si só era mais forte individualmente do que qualquer um dos três adversários e por isso eles optaram por vencer em conjunto. Se tratando da besta, a mera coletividade não bastaria. Precisariam duma força bruta que estavam longe de possuir e os últimos segundos fizeram com que constatassem o fato. Era uma montanha diante deles e no momento escalar essa montanha era impossível no nível em que estavam.
As posturas carregadas de hesitação e medo despertaram desgosto e desprezo nele, que olhava-os altivamente de cima enquanto descia em batidas lentas e leves da asa.
— Depois de tanto tempo trancafiado é isso que tem para me oferecer? São esses os que te fizeram de saco de pancadas? — A voz era interna e soava carregada de decepção. A Besta se recolheu. Não eram adversários que valiam seu tempo.
Quando os pés tocaram a grama chamuscada na batalha, já era Ulfric outra vez. Perscrutou pesarosamente o corpo magoado do adversário que nocauteara e ignorou os outros dois. Eles não queriam mais lutar, estava estampado em seus rostos. Também eram muito orgulhosos para dizer qualquer coisa.
— Vão embora, vocês não tem mais chance aqui. — Disse-lhes sem que os olhasse. Já tinha estufado o peito e mirado a câmera como um maldito pavão.
— Como quer que arrastemos o Johntauro até a nossa casa, desgraçado? A gente vai te devolver essa, motherfucker!
A gárgula caminhava até Ygritt que o fitava feliz pela vitória e curiosa para saber o que havia ocorrido. Os comentários borbulhavam. Ele pegou o celular das mãos dela gentilmente - tão gentil quanto uma gárgula gigante encouraçada pode ser - e alternou a câmera para a frontal.
— E aí? O que acharam? Gostaram? Se inscrevam no canal, não esqueçam de deixar seu like, comentar no vídeo e compartilhar com os amigos porque isso me ajuda muito no alcance! As minhas outras redes sociais estarão aqui embaixo e até amanhã! — Articulou cada sílaba com um sorriso engessado no rosto e assim que encerrou a transmissão, desabou numa careta cansada. Era hora de tomar um suco.
— Droga. O que será que eu preciso fazer para conseguir um sinal de internet por aqui? — Perguntava-se a gárgula, voando vários pés acima da copa dos carvalhos e nitidamente incomodada. A força com que as asas batiam para manter aquela estrutura verde e corpulenta nas alturas balançava os galhos ao redor e a grama vários metros abaixo dos seus pés, afugentando roedores e aves menores.
A criatura alada ouviu uma estrondosa risada em resposta, mas apesar do alarde que fazia, apenas ele poderia escutar. A besta dentro de si repudiava a paixão que ele sentia por algoritimos e web-prestígio. Parecia-lhe uma verdadeira falta do que fazer. Que culpa tinha? Havia marcado uma briga com o bando mais valentão do bairro e uma transmissão ao vivo traria likes e inscritos ao seu canal no HeroTube. Não era uma manifestação esquizofrênica da maldade dentro dele que iria sobrepor esse mega-evento.
Depois da incessante caça por sinal, conseguiu três listras e uma quarta que oscilava vez ou outra. Desceu e entregou o celular para a presidente do seu fã clube, Ygritt, uma jovem nerd e solitária que encontrou nele um motivo pra viver e um amor que não imaginava poder existir. Ulfric estava longe de retribuir a paixão, mas ao menos com ela era possível economizar num cameraman e investir esse valor em sneakers e bottons. Prostrou-se diante da moça lhe apontando o celular, dando passos largos em recuo para que enquadrasse o seu melhor ângulo com todos os músculos bem desenhados e, apressadamente penteou o cabelo com os dedos até que ela sinalizasse com "okay", denotando que começara a live. Nisso ele abriu um enorme sorriso.
— Boa tarde gargulinos e garguletes, aqui quem fala é sua gárgula favorita! — fez um pequeno intervalo, ouvindo a criatura em seu interior segurando o riso, não pela brincadeira e sim pela vergonha alheia que sentia — como a maioria dos meus seguidores sabem, postei semana passada uns stories falando sobre uma gangue que queria me cobrar por.... ãhn... bem... eles já estão chegando. A verdade é que eu não me lembro o motivo. — Sorriu dando uma piscadinha. Revezava os olhares entre a câmera focal e Ygritt para saber se estava se saindo bem. A tiete devolvia vários joias em confirmação enquanto acompanhava os comentários que variavam de fãs alucinados para pessoas falando o quanto ele era um desocupado.
Haters invejosos. Todos eles. Era isso que Ulfric pensava daqueles que davam parte do seu tempo para derramar lágrimas raivosas sobre o seu sucesso, ou quase isso, na vida. Ossos do ofício, sabia. Quando se virou para mostrar ao público o belo campo que escolhera pro combate, viu os adversários chegando. A Gangue dos Gullivers. Os Gullivers vieram dos EUA num programa de intercâmbio fazia uns dois anos e decidiram que arrumar brigas era bem mais divertido do que tentar aprender japonês.
Como bons intercambistas eles montaram um canal conjunto no HeroTube e se pegaram mandando indiretas calorosas ao ex-herdeiro Rogersson. Não demorou até que a vítima se tornasse o agressor e usasse a arma suprema em discussões com estrangeiros: a xenofobia. Chamá-los de yankees comedores de hambúrguer veio a calhar para ganhar o conflito online, no entanto eles pareciam estar mais ofendidos do que Ulfric pretendia.
Vendo-os insurgir dentre os troncos, o semblante leve e descontraído do garoto se fechou numa carranca séria, cerrando as sobrancelhas e baixando o queixo rijo. Eles eram três. John, o líder do bando, era uma espécime de minotauro. Mais baixo que Ulfric, contudo duas vezes mais largo. Os outros dois eram Toddy e Ryan. Um cuspia fogo e o outro criava plataformas nas quais conseguia se lançar feito um super-pula-pula - de qualquer ângulo. Como sabia disso? Ulfric assistiu à contragosto dois ou três vídeos deles e deixou deslike em todos.
— E aí, bundões? Como vai ser? Um de cada vez? — Indagou. O ódio cintilante transparecendo nos olhos deles era a resposta: todos de uma vez, soube. Ryan materializou uma plataforma rosa e se lançou, mas, como havia constatado em suas pesquisas, ele não tinha lá muito controle quando fazia isso. Ulfric sorriu maliciosamente e trouxe atona a asa esquerda que rebateu o projétil humano contra uma árvore. Fácil. Previsível.
Olhou por cima do ombro para a câmera como quem diz "você viu isso?" e, ao retomar o fato de que estava numa batalha, já era tarde. John Minotauro arrancava a terra cavucando com um dos cascos até que avançou, aproveitando a brecha causada pela distração do egocêntrico rapaz. Em reação, Ulfric abriu as asas para voar, mas uma labareda incandescente zuniu acima de sua cabeça. O fogo o machucaria? Provavelmente não... porém estragaria o penteado. Decidiu não decolar. Cruzou os braços diante do tronco e enrijeceu os membros, recebendo o par de chifres de marfim de frente. O touro era bravo. E mais forte do que ele pensava: foi arrastado por vários metros enquanto mantinha a guarda e colidiu as costas contra um dos carvalhos que formavam a arena natural, ouvindo a madeira atrás de si romper. O caminho percorrido sendo arrastado deixou a marca das suas botas no chão, formando longos trilhos até a área de colisão.
Ali, com os corpos tão próximos, sob a sombra das copas verdes, tinham os olhares conectados em pura adrenalina. — O que acha disso, privada de pombo? — Provocou o antagonista chifrudo. Privada de pombo era o apelido número um dado pelos seus haters e Ulfric revirou os olhos como quem esperava mais criatividade. Pensou em responder a piadinha de John ali, cara-a-cara, mas estava longe do microfone da câmera e não valia à pena desperdiçar frases de efeito se os seus inscritos não fossem ouvir suas sacadas geniais.
Ygritt capturava cada frame com precisão e torcia animosamente pelo seu ídolo. Ryan não seria tão útil nessa batalha, já que infelizmente para ele, lançar-se contra a gárgula era como pular de cabeça num pedregulho. Toddy também não poderia cuspir chamas enquanto John estivesse tão próximo e o Rogersson sabia disso.
Pressionado, com um tronco atrás de si e um corno nervoso adiante, deu uma leve empurrada para desestabilizar o minotauro e numa fração de tempo que os corpos se soltaram, saltou, batendo as asas e angariando distância. Conforme subia, bateu a cabeça em alguns galhos e rezou para que Ygritt não tivesse registrado a gafe. O touro tentava agarrá-lo pelos pés, mas os braços curtos impediram e ele só viu a gárgula subir.
Antes que pudesse se desvincilhar das folhas e seiva sujando o seu colete Versacci, já no ar, Ulfric teve apontado contra si toda a fúria de Toddy manifestada em fogo, este que não deixou brechas assim que viu a oportunidade de baforar com seu hálito de dragão. Era mais intenso do Ulfric assistiu nos vídeos. Não podia usar as asas para se defender porque elas o mantinham no ar, longe de John. Por mais que doesse em seu ego e nunca fosse admitir, o boi marrento era mais forte que ele. Menos resistente, atraente, astuto, carismático e fotogênico. Mas mais forte. Poderia derrotá-lo numa luta prolongada se não fossem os outros dois imbecis.
Ulfric se sentia sufocado pela temperatura mesmo que não houvessem danos aparentes na pele ou que as labaredas não o acertassem o tempo todo. Apressava-se para proteger o rosto, visto que os olhos eram a parte mais vulnerável de todo ele. O carmesim incandescente das chamas fazia reluzir a couraça revestindo o corpo da gárgula. Estava numa bela duma enrascada - e o pior estava para chegar.
Alguns metros abaixo donde estava, Ryan se levantava e concentrava para criar uma plataforma especial: firmava os pés, fazendo com que os pelos da nuca eriçassem e o topete moicano balançasse ante o esforço, um colchão energético lilás foi se assumindo cada vez mais escuro até que tomasse a cor de cobalto. Sem que Ulfric pudesse enxergar - distraído por Toddy e suas rajadas de fogo - o minotauro assumia o papel de bola de canhão e se lançava contra a cama-elástica-de-energia. Ascendendo mais rápido do que se acreditaria ser possível para um cara daquele tamanho, o touro se jogou na plataforma e de repente BOING, ascendeu os céus e chocou o crânio maciço contra o atordoado HeroTuber enquanto o incinerador sorria e cessava ofegante os seus ataques antes mesmo que o golpe se conectasse.
A porrada era pesada o bastante para machucar até mesmo se o atingisse no tronco, sendo na cabeça, causou a reação natural para qualquer um que é atingido com força ali: o cérebro parecia ser jogado de um lado para o outro. A consciência se esvaía e os olhos se fechavam, ainda que o impacto o jogasse cada vez mais alto, subindo junto ao touro lado a lado como se fossem foguetes. Suas asas já não mais batiam e o barulho do impacto denotava a terrível crueldade por detrás do golpe.
— Parece que chegou a minha vez, moleque. — Disse a voz em seu âmago, não deixando que ele perdesse totalmente a consciência. Soava autoritária como quem pede autorização pra entrar enquanto segura a porta com o pé. Era nítida a ansiedade que a coisa tinha para aflorar dentro da sua mente.
— Eu não acho uma boa ideia, você nunca sabe se contr...
— E você prefere acordar amanhã e ter sua surra no topo das notícias online? — Era uma jogada baixa, suja, mesquinha e desonesta. Ulfric demorou uma fração de segundo para responder, mas em pleno ar, prestes a entrar em queda livre, era tempo demais.
A Gárgula abria os olhos. Não os conhecidos olhos azuis naturais e sem filtros de HeroGram e sim duas esferas rubras, macabras e distorcidas que pareciam flamular sob a luz do pôr-do-sol da tarde e atrair a atenção do minotauro como o fogo faz com libélulas. O ungulado denotava fascínio, surpresa e terror. Terror além de tudo.
Uma forte brandida de ambas asas fez com que parasse no ar e, agilmente agarrasse o mutante pelos chifres. Ele respondeu tentando segurar os punhos do guerreiro alado, no entanto a diferença de força entre eles parecia ter se invertido e multiplicado. John não estava reconhecendo Ulfric, não via vaidade, cólera ou mesmo hesitação. Apenas uma frieza inenarrável mesclada num prazer bizarro. Estava agora suspenso no ar com alguém que não reconhecia: um adversário que jamais escolheria enfrentar. As pernas pendiam inutilmente e os músculos do pescoço se contraíam sem que pudesse girar, tamanha pressão exercida pela gárgula cujo rosto escureceu, tornando-se implacavelmente mais duro. A besta o puxou com força, devolvendo a cabeçada e fazendo um fio de sangue escorrer da testa do americano. O desesperou se manteve expresso em suas feições congeladas até que desacordasse.
Com desinteresse por aquele que havia sido facilmente derrotado, a besta desatrelou os dedos dos chifres, deixando-o cair em queda livre num baque surdo. Para quem estava lá embaixo ou até mesmo assistindo online, o aumento repentino na força do aspirante a herói era bizarra. Onde John caiu, uma pequena nuvem de poeira se levantou e os outros dois olharam com espanto.
A força maligna e colossal dentro dele era um segredo profundo e nem seus amigos mais íntimos ou familiares conheciam. Já haviam presenciado sua raiva, porém sempre acreditaram ser apenas a fúria de um lutador e nunca algo além disso. O menino por si só era mais forte individualmente do que qualquer um dos três adversários e por isso eles optaram por vencer em conjunto. Se tratando da besta, a mera coletividade não bastaria. Precisariam duma força bruta que estavam longe de possuir e os últimos segundos fizeram com que constatassem o fato. Era uma montanha diante deles e no momento escalar essa montanha era impossível no nível em que estavam.
As posturas carregadas de hesitação e medo despertaram desgosto e desprezo nele, que olhava-os altivamente de cima enquanto descia em batidas lentas e leves da asa.
— Depois de tanto tempo trancafiado é isso que tem para me oferecer? São esses os que te fizeram de saco de pancadas? — A voz era interna e soava carregada de decepção. A Besta se recolheu. Não eram adversários que valiam seu tempo.
Quando os pés tocaram a grama chamuscada na batalha, já era Ulfric outra vez. Perscrutou pesarosamente o corpo magoado do adversário que nocauteara e ignorou os outros dois. Eles não queriam mais lutar, estava estampado em seus rostos. Também eram muito orgulhosos para dizer qualquer coisa.
— Vão embora, vocês não tem mais chance aqui. — Disse-lhes sem que os olhasse. Já tinha estufado o peito e mirado a câmera como um maldito pavão.
— Como quer que arrastemos o Johntauro até a nossa casa, desgraçado? A gente vai te devolver essa, motherfucker!
A gárgula caminhava até Ygritt que o fitava feliz pela vitória e curiosa para saber o que havia ocorrido. Os comentários borbulhavam. Ele pegou o celular das mãos dela gentilmente - tão gentil quanto uma gárgula gigante encouraçada pode ser - e alternou a câmera para a frontal.
— E aí? O que acharam? Gostaram? Se inscrevam no canal, não esqueçam de deixar seu like, comentar no vídeo e compartilhar com os amigos porque isso me ajuda muito no alcance! As minhas outras redes sociais estarão aqui embaixo e até amanhã! — Articulou cada sílaba com um sorriso engessado no rosto e assim que encerrou a transmissão, desabou numa careta cansada. Era hora de tomar um suco.
Nome: Ulfric Rogersson
Nível: 1
Ulfric | Fama : 17 |
Re: A SUBCELEBRIDADE
Avaliado
Ganhos: 200XP *2 (Double XP) = 400XP
+ 50 Yens
+ 10 Quirk
- Comentários:
- Muito boa a narração. O vocabulário utilizado é fantástico, há toques de humor no post, o que traz uma ótima fluidez no texto, além de aprofundar o uso da quirk do personagem. Não tenho muito o que comentar em um post desses. Continue assim que vai longe!
Tenya Iida | Fama : 43 |
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