Caminhos cruzados // Missão Narrada // Sasory e Fleur

Hassu tinha um sério problema em aceitar a própria quirk. Apesar de parecer um dom para a grande maioria da população, a garota a rejeitava demais. Porém, talvez não fosse apenas uma questão da quirk e, sim, familiar. O nome da familia Sekijiro era bem conhecida na cidade, a influência que tal nome exercia era enorme.

Tudo parecia normal. Hassu andava pelas ruas de Musutafu, em um dia ensolarado, com diversas pessoas correndo de um lado para o outro, querendo chegar nos respectivos trabalhos, conversas indo e vindo e diversas risada. Se não fosse por um amontoado de cabelo rodear todo o corpo da garota, prendendo toda a sua movimentação dos membros superiores. Uma garota ruiva aproximou-se de Hassu rindo escandalosamente ao passo em que gritava:

— EU CONSEGUI PEGAR UMA SEKIJIRO! QUANTO SERÁ QUE GANHAREI NO MERCADO NEGRO? — Sua voz esganiçada sobrepunha todas as outras da rua. Todos simplesmente pararam de fazer seus afazeres para observar o que desenrolaria daquele combate.

Tua família não define quem você é. Convença-os disso.

Hassu sentia o dia ensolarado janela a fora brilhar com a intensidade de mil sois. Não pensava em passar o dia todo em casa, mas não sairia em pleno meio dia para a rua. Mas se tivesse que aturar somente mais alguns minutos daquela papagaiada de sua família sobre o almoço de domingo, ela faria um esforcinho.

Saturada da visão tediosa que sua família lhe dava com o ativamento de suas quirks, Hassu pulou a janela na espreita, cuidadosa para que seu avô - do jeito heróico de sempre - não a visse.

Missão cumprida e caminho limpo; As ruas para o centro não eram grande e a garota caminhou calmamente, estudando o ambiente ao seu redor. O clima familiar, por mais que tivesse escapado de sua casa, continuava a cercá-la. Céus, ela precisava de mudanças.

Como se o destino lesse mentes, a menina fora envolvida por madeixas firmes e fortes. Avermelhadas e sem distinção de quem era a dona aos olhos de Fleur. A ouviu esbravejar o nome de sua família, mas não conseguia prestar tanta atenção: as madeixas a apertando a disparava picos de ansiedade, precisava pensar em algo para se livrar daquilo. Ótimo. Não sabia como ativar a quirk que mal havia controle e, para piorar seus pensamentos, todos pareciam ter parado para ver o desenrolar. Era uma plateia e ela um ótimo programa de domingo.

Um garoto, de aproximadamente sua idade, aproximava-se calmamente. Pela calma, julgou ser outro problema, visto que conhecia os métodos do avô sobre heroísmo. Ele chegaria mais entusiasmado se realmente fosse salvá-la. Mas a esperança sempre era a última a morrer, certo? "Wow, Rapunzel."Escutou-o exclamar. "Cento e quarenta mil á vista na belezura que tu quer vender e se for emaculada pago meio milhão nela.

Ótimo, pensou. Revirou nitidamente os olhos. Era bom que o garoto visse porque ela mesma já estava estressando com o assunto. Mas não iria se rebelar em um momento tão delicado para ela. Manteria a calma e veria qual a melhor brecha para pensar em um momento vantajoso para si.

Aquilo era antiético e selvagem. O cabelo que a prendia com total força cheirava suor e sentia que seu corpo doía os ossos, podia jurar que alguns estalaram. Se sentia mal ao lembrar das antigas histórias de seu avô nas lutas contra vilões do cotidiano e não se lembrar de nada, nenhuma técnica visto que haviam a mesma habilidade e os mesmos problemas pela fama absurda do avô. Três gerações a frente e Sekijiro ainda havia sua total fama.

Hassu não havia tido um único treinamento antes em sua vida. Negara todos que lhe propuseram e este era o melhor momento para pesar a consciência sobre o assunto passado. Se sentia mal com sua própria habilidade e não sabia como manipular nada que não partisse de suas emoções. E neste momento tão patético como o qual se encontrava, se sentia ridícula. Estava ali, sendo vendida como uma escrava, provavelmente. Onde teria que gritar por socorro e sujar o nome da família. Ela sujaria sim, pretendia um dia, mas não com uma cena tão ridícula como aquela!

Hassu não havia movimento das mãos, sentindo seu torço ser apertado pelas madeixas. As pernas não faziam diferença, sequer seus ombros neste momento crucial. Precisava ser rápida. Sua única opção era sua própria boca. Hassu morderia sua língua. A força, causando um pequeno ferimento na ponta de sua língua, seria rápido o suficiente para virar o rosto contra Medusa e deixar o sangue cristalizar-se em uma ponta afiada partindo de sua língua. Não tinha certeza de como seu ataque iria funcionar, só estava extremamente irritada pelo acontecimento. Sabia que a proximidade entre Medusa e ela poderia ser suficiente para um ataque de curta distância.