[RP] Omertà

por **Muneyoshi** Dom Ago 18, 2019 9:12 pm

Greed

Lembro do meu avô me dizendo "tudo pelos fins, mesmo que seja o seu".

Around the world : Première partie - Kanto [ft. Lise & Shinzo] 506h

O emblemático sobretudo Versace ocultava o traje especial, fazendo-me perguntar até que ponto fios bordados em ouro poderiam ser usados como discrição. A máscara vinha escondida sob o roupão num bolso interno e foi cortando as ruas de Musutafu que me deparei com a entrada do bar.

O Bourbon foi uma indicação feita por um dos meus capangas nessas últimas semanas como líder da antiga gangue dos Barbas Rosadas que eu sutilmente renomeei por "Águias Prateadas". Chefe dum bando de criminosos menores. Era o que eu vinha sendo por esses dias desde que o título de herdeiro Iwazaki me foi surrupiado por entre os dedos vis e ambiciosos da minha madrasta.

Arrastei uma das cadeiras altas diante o balcão e sentei, pedindo um copo de uísque dezoito anos sem gelo que me foi servido depressa. Um bom atendimento tal como haviam me dito. O trago amargo e forte da bebida me fez lembrar que estou vivo e não demorei em sacar uma longa piteira prateada com a águia do brasão da família esculpida. Na ponta, um cigarro de filtro vermelho cujo tabaco se misturava com ervas finas e cravos, perfumando o ambiente sempre que eu puxava.

Meu pai tinha o costume de fumar nos fins de tarde enquanto fazia a contabilidade numa máquina velha de datilografia. Ele sempre evitou registros em computadores, embora usasse da tecnologia para passatempos banais... eu sentia sua falta. Perguntava-me se ele se orgulharia de ver o filho escondido numa instalação vilanesca dentro dos esgotos. A resposta era óbvia.

O primeiro passo eu dei. Não era um grande passo, contudo foi essencial. Eu sabia que deveria ampliar minha influência e confrontar outros agrupamentos criminosos, mas isso demandava tempo, conhecimento e recursos. Precisava dominar os negócios. Extorsão de estabelecimentos, contrabando de bebidas e cigarros, casas noturnas, armas e drogas. Não pararia até que fosse o homem mais temido de Musutafu.

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Traje (oculto):

(c) DΛNDELION

por **Chloe Ester** Dom Ago 18, 2019 9:46 pm

Uma bela e vivida noite, possuindo a brisa agradavel de Musutafu, seria bem melhor aproveitada se Chloe não estivesse extremamente ofegante e cansada, tentando carregar aquela bolsa cheia de doces dos quais roubou em sua ultima tarefa. "Por que a Jack precisa disso tudo?" - O pensamento não cessava de passar na mente da garota, minuto após minuto.

O Bourbon Bar já estava perto, só mais alguns passos e finalmente se livraria do peso em suas costas. Parando em frente ao Bar e aproveitando para encher a ultima seringa que usou em sua Ester Syringe, Chloe observa um novo rosto pelo vidro da porta, aquele cabelo ridículo não passaria despercebido por ela caso já tivesse visto ele anteriormente.

Se esforçando para carregar a bolsa uma ultima vez enquanto adentra o estabelecimento, Chloe a larga no chão enquanto sente um mão odor, em seguida falando: "Pode me ajudar Jay?" - Se dirigindo ao Barman, do qual já familiarizado com a presença da jovem, prontamente carrega os doces em direção do Tequila Wolf.

Para acalmar os ânimos, Chloe tenta inspirar o ar com grande resolução, mas ao faze-lo, sente novamente o cheiro, percebendo que o esgoto vinha daquele garoto com cabelo ridículo. Sem hesitar, indagando o mesmo: "Você está sentindo? Ou já está acostumado?"

Enquanto falava, a garota calmamente andava ate o balcão, pegando um banco e se sentando afastado do fedorento.

por **Muneyoshi** Dom Ago 18, 2019 10:14 pm

Greed

Lembro do meu avô me dizendo "tudo pelos fins, mesmo que seja o seu".

O advento de uma nova cliente me fez olhar sobre os ombros. Era jovem e bela. Não tão jovem e nem tão bela, mas bebia um pouco das duas virtudes. Beberiquei do copo de tennessee e debrucei os olhos sobre a bolsa que ela parecia carregar com certa dificuldade. Entrega nessas horas da noite? Uma fornecedora? Dei de ombros. Não era assunto meu.

Não até ela se aproximar e ser impertinente. Sem pensar duas vezes, deduzi que ela se referia ao cheiro de esgoto - e eu jurava ter me desfeito dele em longas horas de banho. Minhas maçãs do rosto enrubesceram. Isso era quem eu era agora. Um gangster escondido nos esgotos.

Saquei um perfume amadeirado do bolso do sobretudo, o único que trouxe quando parti de casa, capaz de trazer bons ares até numa vala comum, espirrei furtivamente nos pulsos e vi o mau odor partir tão logo.

Apanhei o copo de cristal e caminhei até ela, projetando argolas de fumaça pelo espaço enquanto me aproximava e tragava da piteira. Sentei-me ao lado dela e mostrei um meio sorriso.

— Peço perdão. Tem a ver com o meu trabalho — puxei um cigarro do maço indiano e lhe apontei o filtro — aceita?

Repentinamente me veio que alguém vestido como eu jamais trabalharia em esgotos. As palavras poderiam confundir a cabeça da quase-jovem. E eu também não deveria ter falado sobre "trabalho". Oras, mesmo se ela me perguntasse com incisividade eu sempre fui bom em tecer respostas e não importavam quais as perguntas.

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Traje (oculto):

(c) DΛNDELION

por **Chloe Ester** Dom Ago 18, 2019 10:59 pm

O garoto saca de seu bolso algum tipo de perfume, parecendo entender a indireta que Chloe lhe concedeu, mesmo que sutil. Entretanto, a inconveniência vem em seguida, ele vem em direção a jovem, fumando toxinas que poderiam afetar o organismo de Chloe, e por consequência, seus preciosos vírus.

Tentando não ser rude com o desconhecido, a garota evita colocar a mão no nariz e boca com o intuito de tampar a circulação da toxina em seu organismo, tolerando aquilo momentaneamente enquanto ouvia a declaração seguida de uma pergunta, oferecendo aquele amontuado de nicotina a Chloe, que por sua vez, não fez nada além do esperado:

"Me desculpe, mas por segurança própria, não aceito nada de estranhos. Sua fumaça me incomoda, pode fazer a gentiliza e se afastar o suficiente para que ela não chegue em grandes quantidades no meu nariz?" - Obviamente era tudo só um pretexto, Chloe aceitaria o item se fosse de outro tipo, mas claro, usando seu vírus para fortificar sua Constituição previamente antes de ingerir, no caso de ser uma armadilha.

Um fato era, pelo menos agora ele não estava fedendo mais a esgoto, somente a cigarro. Sanar curiosidades fúteis não era bem o foco de Chloe, todavia, ela já estava envolvida demais com Jack possuindo poucas informações sobre ela, não podendo deixar a chance de saber mais de sua atual mentora passar.

"O que lhe traz ao Bourbon Bar? 'Trabalho' como disse?" - Indaga Chloe, se afastando da bancada caso o mesmo não tenha decidido se afastar por conta própria, esperando que Jay, o Barman, volte para que lhe pedisse um Café Blue Mountain.

por **Muneyoshi** Dom Ago 18, 2019 11:28 pm

Greed

Lembro do meu avô me dizendo "tudo pelos fins, mesmo que seja o seu".

Estava me aporrinhando com as exigências da garota, mas o que poderia fazer? Era eu quem estava sendo invasivo. O mundo se mostrava bem diferente quando não girava ao redor do meu umbigo. Na verdade, se fosse pra contar, era a primeira vez que conversava com uma garota que não sabia sobre minha descendência e ao que parece, ela em especial nem se importaria. Socializar parecia difícil sem abotoaduras diamantadas do brasão da minha família prendendo a manga de um terno fino.

Franzi o cenho e apaguei o cigarro num cinzeiro, descartando o fumo e guardando a piteira no sobretudo dourado. Acenei como quem pede desculpas e virei o rosto para soprar o resto de fumaça para longe dela. Os dias cercado de problemas e suburbanos pretensiosos me fizeram sentir falta de uma conversa informal e ainda que não demonstrasse, felicitei-me com suas perguntas.

— Vim aqui justamente para fugir do trabalho e, por mais irônico que seja, foi indicação de um dos meus funcionários. — Respondi e tomei outro trago da bebida. — E você? O que traz aqui? — Indaguei-a fazendo contato visual, contudo fingi me enganar com as palavras — perdão... O que te traz aqui?

Findei o conteúdo no copo e esperei por alguns instantes até ver que precisava pedir para ser atendido. Não ter um mordomo reparando nessas coisas era difícil. Talvez eu devesse contratar um nos esgotos de Musutafu. Bom... talvez o Iniciante não gostaria que alguém limpasse as coisas por lá.

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Traje (oculto):

(c) DΛNDELION

por **Chloe Ester** Seg Ago 19, 2019 12:51 am

A decência do garoto era notável, são poucos os fumantes que já aceitaram a reclamação de Chloe e recuaram por conta própria, sem que a garota tivesse que se retirar, ou fazer eles se arrependerem de não distanciar-se. Ele acena em um pedido breve de desculpas, mostrando a Chloe que ela não era a unica com modos além de si mesma, Jay e Jack em Musutafu.

Respondendo a pergunta de Chloe enquanto em seguida faz outra, anima a garota levemente, lembrando das interações sociais que tinha com seu colega da faculdade, antes de mata-lo. Ouvindo a pergunta, Chloe pega sua bolsa, obviamente não a cheia de doces, nem mesmo sequer querendo pensar nela, mas sim a sua bolsa pessoal, retirando um traje para responder a pergunta do garoto.

"Eu trabalho aqui, as vezes, mas trabalho." - Mostrando o traje de Barman do Bourbon que possuía guardado, por mais que não fosse o motivo total da vinda de Chloe, o fato era, a garota trabalha ali, só não desse jeito. Percebendo que Jay demoraria um pouco na entrega de doces, ela se levanta.

Pegando o copo de seu "novo amigo" e cheirando brevemente para identificar do que se travava, Chloe da a volta na bancada, lavando o copo com rapidez, lhe dando em seguida o recipiente pela metade com uísque dezoito anos, sem gelo, ate por que a garota não lembrava aonde o gelo era guardado.

"Seu funcionário tem nome? Se ele vem aqui, devo lembrar, mesmo que vagamente." - Chloe fala, somente para quebrar o gelo, em seguida indagando sua verdadeira pergunta: "Tem assuntos a trata com a dona?" - Não hesitando em mexer na maquina de café, estando ansiosa para um Blue Mountain enquanto esperava a resposta do garoto.

por **Mana Krevo** Seg Ago 19, 2019 11:36 am

I see an open door!

Mana estava a pouco tempo em Tokyo, tudo parecia tão novo para aquele menino que sempre viveu como um móvel ambulante da casa Iwazaki.

Roupas trajadas:

Com sua jaqueta jeans ele se apresentaria como uma pessoa comum naquele bar, com uma foto do jovem deserdado em mãos ele via rosto por rosto de uma forma discreta. Ele se mostraria silencioso, pois como um bom empregado ele mal seria notado pelas outras pessoas. Sua barriga roncava, ele seguiu até o balcão puxando uma das banquetas altas para se sentar, ela estaria meio bamba, mas nada que atrapalhasse o equilíbrio de Mana.

”Bourbon Bar… pena que não bebo para sequer me interessar por essa bebida”, pensaria com os braços apoiados no balcão a espera de ser atendido. Assim que alguém do bar surgisse ele diria de forma clara — um refrigerante de cola, por favor, quero com gelo e limão — a instruções estavam ali, bastaria a ele esperar agora.

Olharia para os arredores a espera de se entreter com sua visão daquele bar aparentemente movimentado. De muitos rostos um casal lhe chamava a atenção, surpreso com o que via ele buscaria pela foto em seu bolso — não pode ser, o universo está mesmo ao meu favor — se levantaria de sua banqueta e seguiria em direção ao jovem.

Ao se aproximar ele ajeitaria sua jaqueta jeans e faria um som de tosse com a boca para limpar e garganta e diria sem sequer pestanejar, sua postura era digna de um mordomo:

— Com licença, desculpe incomodar, mas senhor posso lhe perguntar algo? A palavra Iwazaki te remete a algo?

No caso de resposta positiva ele seguiria com uma história planejada:

— Fui deserdado pela sua família, durante minha estadia lá como mordomo ouvi sussurros sobre o garoto deserdado da família. Como um bom mordomo que sou quero ajudar aquele que ira fazer a família prosperar.

Olharia para o jovem a espera de uma resposta.

Caso a resposta fosse negativa ele apenas brincaria:

— Desculpe, é que estava apenas procurando por um trabalho.

por **Muneyoshi** Seg Ago 19, 2019 12:04 pm

Greed

Lembro do meu avô me dizendo "tudo pelos fins, mesmo que seja o seu".

A resposta se deu numa pequena bolsa pessoal onde estava um uniforme de garçonete. Senti um arrepio percorrer minha nuca ao imaginar a garota dentro daquelas vestes, mas não demonstrei a sensação por um segundo sequer.

Vi-a identificar com notável facilidade o que eu bebia e me entregar outra dose. Lancei um olhar admirado, sorri e ergui o copo em cumprimento. Sem gelo. Do jeito que eu me habituei a tomar uísque.
— Eu o chamo de Rosadon — respondi brevemente, dei um curto gole e prossegui — ainda não tive a oportunidade de conhecer a dona — a pergunta dela me deixou curioso — ela tem outros ramos além do bar?

Girava a bebida calmamente dentro do recipiente de cristal, fitando-a com certa instiga. Quem seria a dona do Bourbon e que motivos eu teria para querer tratar com ela essas horas?

Fui arrebatado de meu devaneio por uma tosse seca. Virei-me na cadeira para ver quem era. Um garoto com um tapa-olho e camisa jeans, mas uma postura que me remetia aos jovens treinados pelo experiente líder dos mordomos da família Iwazaki... Que por sinal era a pauta do rapaz.

Encarei-o por longos segundos sem dar sequer uma resposta e então saquei a piteira com o brasão da família, afirmando-me em silêncio. Mantive o contato visual conforme ele se explicava, mesmo que aquilo não tenha me cativado os ouvidos. Já havia sido decidido na justiça que eu não tinha direito a um centavo sequer da fortuna dos Iwazaki e isso era sabido por todos. Sorri ao ouvir que ele era um mordomo. Meus instintos seguiam afiados, pelo o visto.

Haviam verdades em suas palavras? Eu não fazia ideia, contudo a vida tinha me ensinado a não acreditar em ajuda gratuita - muito menos de um desconhecido.

— Perdão, er... — esperaria que ele se apresentasse — mas se meu pai viu na mulher dele uma herdeira digna, não tenho intenções de destruir seu legado — incitei com as palavras rasgando-me a garganta. — Acredito que tenha perdido a viagem.

Se ele fosse um espião, agora eles sabiam onde eu estava. Quis enfrentar o rapaz, colocar o peso do mundo sobre suas costas e o fazer confessar a verdade enquanto fosse esmagado pela gravidade, mas isso atrairia atenção demais. Precisava encontrar outra maneira de desenrolar os fatos.

— Como andam as coisas por lá?

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Traje (oculto):

(c) DΛNDELION

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